11/07/2011
por Hemanuel Jhosé
O último dia do Manaus ComiCon teve as palestras sobre mangá shoujo e adaptações cinematográficas de quadrinhos, além de música ao vivo, área de videogames e jogos de tabuleiros, oficina de desenho e exposição de quadrinhos.
Palestra Shoujo Mangá
O primeiro palestrante do dia foi a professora de história e fã de mangá shoujo Valéria Fernandes. Engajada na área acadêmica em pesquisas sobre representações do feminino e gênero, Fernandes se interessa por shoujo desde 1999. Em sua palestra ela falou sobre as origens desse mangá feito por e para mulheres e sua chegada no ocidente, em especial no Brasil, onde o público feminino tradicionalmente não consome quadrinhos.
Para Fernandes o mercado de shoujo passa por um bom momento, mesmo que ainda falte diversidade nas temáticas do que se publica e ainda haja uma resistência a esse tipo de mangá. “Acho que o que atrai mesmo as pessoas para o mangá é a humanidade das personagens e a forma como isso é abordado por autores e autoras. Podem não ser iguais a você, mas são profundamente humanos e falhos como você”, explicou.
Logo em seguida o escritor e tradutor Alexandre Callari falou sobre os quadrinhos no cinema. A palestra começou pelas adaptações da década de 30, como Flash Gordon. “Já houveram ao menos três momentos distintos de boom de adaptação de quadrinhos para o cinema. O primeiro na década de 30, na década de 70 e o outro agora”, afirmou.
Para Callari os produtores de hoje estão no caminho certo: “Se lembrarmos dos filmes das décadas anteriores, raramente algum se salvava. Os filmes atuais estão mais fiéis. Mas não podemos nos esquecer que são adaptações. Um filme é uma coisa e a obra original é outra”, esclareceu.
As palestras agradaram às pessoas presentes, como a promotora de eventos Sílvia Soares, que elogiou a palestra sobre mangá shoujo e a organização da Manaus ComicCon. “A organização foi cuidadosa ao preparar tudo para o público-alvo especifico que é quem gosta de quadrinhos. O ponto negativo é que eu achei que o público compareceu pouco, eu não sei o que faltou. A quadra, por exemplo, está com um sistema de som ótimo, mas tem pouca gente”, ponderou.
Área de jogos eletrônicos
Para o estudante universitário Anderson Rocha, o público reduzido foi um ponto positivo. “Achei legal que as pessoas que vieram realmente gostavam e entendiam as atrações do evento. O ponto negativo foi que eu estava esperando encontrar mais quadrinhos à venda e não teve muito. Eu vim com a ideia de comprar, mas não achei o que queria”, avaliou.
Para o organizador da Manaus ComicCon, o empresário Evaldo Vasconcelos, o evento alcançou seus objetivos de atender aos fãs de quadrinhos. “O evento foi organizado e focado apenas em histórias em quadrinhos e não com anime ou mangá, que já tem um público cativo. Dentro dessa proposta tivemos oficinas, palestras nacionais e de quem já produz quadrinhos aqui em Manaus. Nesse ponto ficamos muito satisfeitos com o resultado”, declarou.
“O público ficou abaixo do desejado e compareceu pouco, mas o evento se pagou e a experiência foi boa. Faltou um pouco mais de divulgação e de patrocínio, são problemas que vamos solucionar no evento do ano que vem”, afirmou. Vasconcelos declarou também que ainda esse ano vai promover um evento grande sobre animação. Você poderá encontrar mais notícias a respeito, em breve, aqui no Maodita.